Novos aliados procuram Frejat para fechar chapa
sexta-feira, 3 de agosto de 2018

Após aprovar a aliança brasiliense entre DEM, PSDB e PR, o líder tucano e candidato ao Palácio do Planalto Geraldo Alckmin quer trazer Jofran Frejat (PR) de volta às urnas para disputar uma vaga no Senado Federal. O grupo político do presidenciável sonda o ex-secretário de Saúde do Distrito Federal. Caso receba um aceno positivo para uma conversa sobre o assunto, Alckmin pretende conversar pessoalmente com Frejat para pedir seu retorno.
A princípio a aliança entre DEM e PSDB deixou a cúpula nacional tucana receosa, pelo fato da proximidade entre o candidato ao GDF e presidente regional do Democratas, Alberto Fraga, com o candidato à Presidência da Republica, Jair Bolsonaro (PSL), líder nas pesquisas atuais. Mas, seguindo a orientação do Centrão no Congresso Nacional, Fraga prometeu palanque exclusivo para Alckmin.
Ganhar um palanque com fôlego, retirando ao mesmo tempo o espaço de um grande rival soou bem para o PSDB. Agora, o tucanato quer maximizar a chapa para, consequentemente, garantir mais musculatura para a chapa de Alckmin. Neste contexto, o retorno de Frejat seria um começo promissor. O ex-secretário de Saúde é um dos “cabos eleitorais” com maior potencial nestas eleições.
Além disso, uma candidatura poderá aumentar os votos do candidato ao Senado e presidente regional do PSDB Izalci Lucas. A alavancagem seria impulsionada pelo direcionamento do segundo voto dos eleitores, lembrando que nesta eleição serão escolhidos dois senadores. Na teoria o plano é atraente. Mas na prática é difícil a execução, principalmente pelo fato de que, quando Frejat desistiu de concorrer ao GDF, houve uma tentativa de ressurreição da candidatura, cujo resultado foi um fracasso desgastante.
Segundo o deputado federal Laerte Bessa (PR), candidato a reeleição, já houve uma conversa com Frejat para o Senado, em outro contexto. “Infelizmente, ele não quis. Seria muito bom para a cidade. Mas acho muito difícil”, pondera o parlamentar. Izalci faz a mesma analise. Ter Frejat no palanque seria ótimo, mas é improvável.
Izalci batalhou arduamente para disputar o GDF neste ano. “Franco Montoro e Raul Seixas diziam: Sonho que se sonha só é só um sonho. Mas sonho que se sonha junto é realidade”. Não desisti do governo. Em 2022, vou tentar novamente. Até lá vou ajudar a plantar as bases com Fraga”, conta.
Fraga tentará atrair Paulo Octávio
Ainda entre os planos quase impossíveis, Fraga gostaria de conseguir o apoio do PP na coligação. Até então o PP está com MDB e Avante. Na manhã de ontem, na convenção nacional do DEM chamou a atenção a presença do empresário Paulo Octávio (PP). A esposa de “PO”, Anna Christina Kubitschek (PP), neta de JK, é considerada uma excelente opção para vice-governadora na coligação.
“Vejo com simpatia ir junto com o PP. Está claro que o Paulo Octávio e o PP não estão confortáveis onde estão. Não vão eleger ninguém. Não vai eleger nem mesmo a Celina Leão (PP) para federal. É uma chapa suicida”, sentencia o parlamentar. Contudo, Fraga considera remota a possibilidade de uma mudança de rumo do PP no DF.
No entanto, a aliança nacional entre PSDB e PP abre uma brecha para a discussão. Afinal, a senadora Ana Amélia Lemos (PP) será candidata no posto de vice-presidente de Alckmin. A porta está aberta para um debate.
Sobre a questão de Frejat, a princípio, Fraga compartilha das visões de Bessa e Izalci. “Frejat, quando disse que ia me apoiar, falou que se fosse preciso cairia na campanha de rua. Mas não tenho o direito de pedir isso para o Frejat. Se ele quiser será muito agradecido. Mas não tenho direito de pedir para que ele assuma uma candidatura para me apoiar”, desabafa Fraga.
O Jornal de Brasília tentou conversar com Frejat sobre um eventual retorno, agora para o Senado Federal. Mas não teve retorno, até o fechamento desta reportagem.
Saiba Mais
As chapas da centro-direita no DF estão pulverizadas. Além do grupo de DEM, PP, MDB e Avante existem as coligações encabeçadas por Eliana Pedrosa (Pros), general Paulo Chagas (PRP), Alexandre Guerra (Novo) e Rogério Rosso (PSD). Ou seja, estão em campo cinco coligações do campo conservador.
Quando anunciou que deixaria a campanha pelo GDF, Frejat lançou uma frase que repercute até hoje: “Não venderei minha alma ao diabo”. Mas até hoje não nominou o capeta.
Bessa aproveita a frase para alfinetar o governo. “Entre o diabo e Rollemberg, eu voto no diabo. Porque o Rollemberg é pior que o próprio diabo”, provocou.
Apesar da influência das redes, as campanhas continuam a apostar no convencimento do voto nas ruas, reuniões e rodas de conversa. http://www.jornaldebrasilia.com.br