Pacientes no Gama reclamam de atendimento em anfiteatro de estádio há 3 anos
domingo, 6 de maio de 2018
O posto de saúde nº 08 do Gama, voltado a atender uma comunidade de 3.750 famílias, encontra-se fechado desde maio de 2015. Deste então, pacientes são recebidos em estrutura improvisada no anfiteatro do Estádio Bezerrão, a 750 metros de distância.
Segundo a Secretaria de Saúde, a reforma deve ser retomada no segundo semestre deste ano. Uma nova licitação será aberta, segundo o o governo. As obras paradas seriam para adequação do atendimento ao deficiente, além de reformas estruturais (hidráulicas e elétricas).
Para uma paciente identificada como Maria*, que depende do atendimento da unidade e foi atendida no local improvisado pela gerência da unidade, o que mais a prejudicou foi a falta de privacidade ao ir ao ginecologista “Lá são aquelas paredes móveis, o paciente não tem privacidade. Fui atendida em um cubículo. A estrutura é horrível.” A unidade de saúde foi instalada em um local de difícil acesso. Além disso, não há sinalização de que o centro de saúde está ali. Os pacientes reclamam ainda sobre a falta de banheiros o suficiente no local. Há apenas dois sanitários.
O espaço do anfiteatro foi dividido por biombos e as salas são consideradas pequenas pelos pacientes. O espaço de atendimento é logo abaixo das arquibancadas do estádio Bezerrão, o que explica a altura do teto. Os fios elétricos são soltos pelas paredes rachadas. Não há ventilação no local e muito menos ar condicionado para os dias de calor. Durante os dias chuvosos, os pacientes precisam tomar cuidado com as poças de água em frente à porta de entrada. As mulheres grávidas ou de resguardo que buscam atendimentos ginecológico precisam se acomodar em assentos também improvisados, pois só são duas cadeiras apropriadas.
Pacientes relataram que o centro de saúde está sem médico ginecologista e quem está responsável por esta demanda é um enfermeiro. A equipe de reportagem procurou três vezes a chefe da unidade, mas foi informada que a responsável pelo local trabalha em outro centro de saúde e não conseguiu localizar a servidora. A Secretaria de Saúde não comentou sobre as queixas.
A obra situada ao lado do Hospital particular Maria Auxiliadora está abandonada. Não há placas com informações sobre a reforma e pessoas em situações de rua estão ocupando o local.
O Sindicato dos Servidores de Saúde não quis se manifestar sobre a situação da unidade. Segundo a Secretaria de Saúde, as obras foram paradas no mesmo ano porque a empresa decidiu encerrar o contrato. A segunda empresa colocada na licitação foi chamada, mas não teve interesse. Aproximadamente, 70% da obra, orçada em R$ 3 milhões, ainda precisa ser concluída. http://www.capitaldoentorno.com